21 de set. de 2008

Ensaio sobre o Espaço

Ontem me esqueci do poder da gravidade.
Invisível e traiçoeira. Caminhava pacatamente pela rua, quando o chão jogou-me ao espaço. Graças a Deus minhas botas são novas e não sofreram as vicissitudes do tempo, mantendo-se presas aos chicletes da calçada. Segurei-me pelos cadarços e nadei de volta ao chão. Calcei as botas nas mãos e segui docilmente meu caminho.
A fama é algo interessante. A cada passo... ou seja la como se chama esse deslocamento que fazia... o povo comum apontava e espantava-se e, ao fim do dia, milhares de pessoas seguiam pelas calçadas andando de ponta cabeça. Ah, o poder!
Na mansão, ao ver-me em tamanha dificuldade, Helza fez-me um pouco de sopa (demônio em saias!). Queimei as pálpebras, tatuei uma bela gravura impressionista no teto da sala e apenas gotas alcançaram seu destino.
Acordei assustado à noite. Lembrei-me em sonho da invisível força... bem, mais trabalho para meu traumatologista.

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